Paulo e Marta: Parte 03

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As voltas que a vida dá...
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Parte 3 da série de 3 partes

Atualizada 08/30/2017
Criada 11/29/2006
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Aos poucos, Luisa foi-se acalmando e já conseguia pensar com mais clareza.

Como pude ser tão cega? -- Pensou. Começou a recordar que Paulo sempre falava de Marta com uma paixão que ela nunca relaciou com amor carnal, talvez porque implicitamente o incesto estava fora de tudo o que ela podia imaginar, mas agora, tudo era mais claro e tudo se ajustava. Realmente às vezes estranhava o exagero com que ele se preocupava com ela, quando era solteira e depois de enviuvar, a forma como a abraçava, os olhares que lhe lançava, o preocupado que ficava quando via algum homem aproximar-se dela, sem embargo, nunca associou isso com amor. Imaginava que ele só queria protegê-la. Aparentemente aceitou bem o casamento dela e era muito amigo do tio, o que não deixava de ser paradoxal...

E Marta? Bem... Como era sua tia e não tinha filhos, também nunca desconfiou. Pensava que para ela era como um sobrinho quase filho. Agora que tudo isto acontecera, começou a recordar certos detalhes, sobretudo depois de Marta ficar viúva... a forma como ela se sentava ao colo de Paulo e o abraçava... as vezes que dormiam a sesta juntos... Mas, não se podia culpar por não ter desconfiado. Sempre o faziam vestidos e com a porta aberta, apesar de que às vezes adormeciam abraçados. Mas ainda assim, era algo inimaginável.

Fosse como fosse, o amor tinha florescido entre os dois. Isso era um facto!

Depois, recordou a sua própria adolescência, a sua paixão por Ernesto, a perda da virgindade aos 15 anos com ele... Bem, Paulo tinha razão, era uma menor seduzida por um adulto, o que nos tempos de hoje seria um grave delito.

Depois recordou os problemas com os seus pais, a reacção violenta que teve, quando estes quiseram impedir o seu noivado com ele, bem parecida à reacção de Paulo teve com ela, mas, eram coisas diferentes. Aí não havia incesto.

De repente, pensou:A verdade é que o respeito! Reagiu de acordo com a situação que tem. Para eles, é um problema de sentimentos. E não é um caso de lascívia... Eles amam-se de verdade. Em certas sociedades uma união tia sobrinho é aceite. É um parentesco em terceiro grau. Não é sua mãe, nem sua irmã. Meu Deus, aclara-me as idéias.

Tal como Paulo previu, Luisa sabia que nada podia fazer e inconscientemente buscava desculpas e saídas airosas, para uma situação que sabia inevitável. Não podia perder nenhum dos dois. Eram os seus seres mais queridos.

Decidiu meter-se no carro e ir para um hotel bastante afastado da casa e encontrou um, pequeno, mas com bom aspecto, a 27 km da casa de Marta, para passar a noite meditando.

Chegou à recepção e foi atendida por um jovem brasileiro que teria entre 23 a 26 anos, muito simpático e atractivo.

Ele acompanhou-a para mostrar-lhe o quarto, que ela achou bastante satisfatório.

"Trago-lhe a bagagem, senhora?"

Luisa entregou-lhe a chave do carro.

"Não se importa de ir ao meu porta-bagagens? Só a mala azul pequena, por favor."

"Com todo o gosto, senhora. Posso arrumar o carro na zona coberta em frente? Assim amanhã estará à sombra."

"Sim, por favor... é muito amável."

"Que é isso, senhora? Imagina!" -- Disse-lhe o recepcionista com o seu estilo brasileiro.

Em cinco minutos estava de volta com a mala. Encontrou Luisa sentada no sofá do quarto chorando.

"Oi, senhora! Que é que lhe passa?" -- Instintivamente pegou-lhe na mão e acariciou-a, muito respeitosamente.

"Como te chamas? Posso tratar-te por tu?" -- Luisa sentiu-se muito reconfortada com esse toque masculino tão suave e subtil. Contra a sua vontade e para sua surpresa, sentiu-se humedecer entre as pernas.

"Claro, que sim! Sou Nelson, de Curitiba, Brasil. Necessita alguma coisa, senhora? Que tal um chá de tília?"

"Ai Nelson! Necessito tanto falar com alguém... Alguém desconhecido que me escute..."

"Lamento muito, senhora... Mas estamos proibidos de estar com os clientes mais tempo que o estrictamente necessário."

"Entendo... Além disso sou uma velha com idade para ser tua mãe. Esquece!" -- Luisa sentiu-se envergonhada.

"Que bobagem! A senhora é muito bonita e muito simpática. Seria todo um prazer falar consigo e reconfortá-la na medida do possível! Desculpe, mas agora tenho que ir."

Luisa deu-lhe uma boa gorjeta e Nelson saiu. Deitou-se vestida e começou a chorar.

Meia hora depois tocou o telefone do quarto.

"Senhora... Sou Nelson. Como está?" -- Luisa pensou:Pobre moço! Está preocupado comigo!.

"Igual, Nelson. Igual."

"Tive uma idéia. Subo a levar-lhe uma garrafa de água mineral e falamos aí, que acabo de ter uma ideia... bem, se quiser."

"Está bem! Vem, por favor!"

Nelson apareceu com um copo e uma garrafa de litro e meio de Água de Monchique numa bandeja de inox.

"Olá!" -- Luisa sorriu-lhe debilmente.

"Senhora acabo o meu turno em quinze minutos. Teria muito gosto em falar consigo, já que esse era o seu desejo. Não sei se lhe parece impróprio... e não quero abusar. Mas não pode ser aqui..."

"Ai, não! Nada impróprio... Meto-me no carro e vou onde me disseres."

"Bem, se vai no seu carro, depois de sair o portão vire à direita, a 2 km há uma aldeia. Pode parar o carro na praceta e fique dentro, que eu sigo-a na minha moto. Que lhe parece?"

"Excelente. Já jantaste, Nelson?"

"Não, senhora."

"Bem saio dentro de 15 minutos e vemo-nos aí na praceta. Depois vamos a um sitio que eu conheço afastado daqui, onde ninguém me conhece, jantamos e falamos. Obrigada, Nelson. És um amor." -- Aproximou-se dele e deu-lhe dois beijos na cara. O rapaz ficou ruborizado, mas via-se que estava contente.

Estou louca! Mas necessito tanto falar... E este rapaz é um amor. Um dos poucos homens que sabem escutar. Voltou a sentir-se incómoda com a humidade que se lhe formou entre as pernas e foi lavar-se. Masturbou-se um pouco, mas não chegou ao orgasmo. A excitação não se pôde sobrepor ao desgosto. Depois mudou de cuecas.

Quando saiu, deixou a chave na recepção e disse a Nelson:

"Boa noite. Deixo-lhe a chave... Ah... se chegar um fax para mim, por favor, meta-o debaixo da porta do meu quarto. Pode dar-me um cartão do hotel, para que eu possa telefonar à pessoa que me vai mandar o fax e dizer-lhe o número?"

Nelson apreciou osavoir faire de Luisa.Que categoria de senhora! -- Pensou. Assim o gerente jamais desconfiaria de que se iam ver. Entregou-lhe um cartão depois de sublinhar o número de fax.

"Vou sair de serviço, senhora, mas esteja tranquila que deixo uma nota escrita à colega que me vai substituir."

"Muito obrigada. Até amanhã, então. Que descanse."

"Até amanhã, senhora. Muito obrigado, igualmente." -- Luisa saiu.

***

Luisa estava parada numa zona iluminada da praceta que Nelson lhe havia indicado. Três minutos depois, Nelson estacionou a moto junto a outras que estavam ao lado de um café e dirigiu-se ao carro.

"Abraça-me, Nelson. Necessito tanto um abraço amigo!" -- Ele abraçou-a e deu-lhe um beijo em cada face. Depois, acariciou-lhe o cabelo. Em nenhum momento tentou passar os limites.

"Estudas, Nelson? Ah... fora do hotel não me chames senhora. Chama-me Luisa e trata-me por tu." -- Entretanto arrancou o carro e começou a conduzir a caminho do restaurante que estava a vinte minutos.

"Tudo bem, Luisa. Sim, estudo direito em Lisboa e no Verão faço isto para aliviar os gastos aos meus pais. Agora, Luisa, me conta o que está preocupando tanto você."

"Direito! Que bom... talvez me possas esclarecer..."

"Você tem problemas com a justiça, Luisa?"

"Não! Mas há várias coisas que... bem, vou contar-te tudo. Sei que posso confiar em ti!"

Contou-lhe tudo e só com isso, já ficou muito mais aliviada. Nelson era um bom ouvinte; justamente, o que ela necessitava.

No restaurante, Luisa escolheu uma mesa que estava num recanto isolado. Durante o jantar foram falando e trocando impressões sobre o problema. A certa altura ela contou-lhe todos os detalhes do que viu na cama de Marta.

"Nossa! Compreendo muito bem o seu choque, Luisa. Mas também os compreendo a eles. Você não?"

"Começo a compreendê-los, mas o que vi... Deixou-me aniquilada, Nelson!"

"Luisa, eles amam-se! Nada há mais lindo que o amor. E se não se podem casar, que vivam juntos. Você tem que os apoiar. Isso pode ter um preço terrível a nível social. Você aguenta a pressão, ou não aguenta?" -- Luisa começou a chorar e Nelson abraçou-a. Ela correspondeu ao abraço.

De repente, Nelson obedecendo a um impulso beijou-a na boca. Introduziram as línguas nas bocas um do outro e começaram a sentir o desejo a crescer.

"Nelson... há anos que não tenho nenhum contacto com nenhum homem. Em realidade nunca conheci nenhum outro que o meu marido, mas hoje, necessito tanto..." -- Não foi capaz de continuar.

"Quando sairmos, vamos para o meu apartamento, você quer?"

"Oh... Sim! Estás disposto a estar com umacoroa que podia ser tua mãe?"

"Quecoroa? é uma senhora muito bonita e muito agradável. Será um previlégio!"

***

Durante o caminho, falaram do Código Civil e da legalidade do casamento entre tios e sobrinhos. Nelson ficou de estudar o problema.

"Sabe, Luisa, no Brasil terceiro grau é proibido, em Portugal e Espanha creio que depende de uma autorização judicial, mas tenho que confirmar. Suponho que na Suíça é legal, mas não em todas as regiões."

"Ai, meu Deus! Oxalá que seja assim! Isso calaria tantas bocas... somos muito conservadores a nível de família e de amizades."

"Há bocas de certas jararacas que nunca se calam. Ignore-as e rompa com quem fizer falta! Você tem que estar com eles. Tem que os apoiar. E depois do que viveu com seu marido, sei que você consegue!"

***

Já em casa, Nelson conduziu Luisa ao seu quarto. Estava nervoso. Nunca tinha feito amor com uma senhora dessa idade. Achava-a uma delícia, mas tinha medo de não estar à altura e não queria decepcioná-la.

Quanto a Luisa, estava agora muito calma e queria fazer amor com esse rapaz que era quase vinte anos mais novo, mas que pela sua bondade, humanidade, beleza, cultura e tolerância era um ser humano tão atractivo! Se desde o outro lado se via, seguramente Ernesto a perdoaria. Ele nunca aprovou a escravidão da viuvez. Sempre dizia:Rei morto, rei posto.

"É um apartamento de solteiro, Luisa. Mas está limpo. Infelizmente não podemos ir para o hotel."

"Só quero estar contigo, querido, não me importa onde." -- Aproximou-se dele e começou a beijá-lo e a despi-lo. Ele fazia-lhe o mesmo a ela.

Há muito que tinha os seus sentidos adormecidos, mas essa noite estava com uma vontade louca... Necessitava um macho dentro dela... Chupá-lo todo, beber esses leitinhos de amor quase esquecidos! Sentir o clitóris chupado e lambido... Também desejava outros pecados menos ortodoxos, mas tão deliciosos... Vir-se várias vezes como uma fêmea selvagem, até à exaustão... Tinha que recuperar numa noite todos esses anos perdidos! E Nelson era o macho que tinha escolhido.

Recordava Marta com o membro de Paulo na mão e sentia-se culpada por ter que reconhecer que isso a tinha excitado muitíssimo. O estranho do caso é que só agora se dava conta.

De repente deu consigo nua, de joelhos no tapete, metendo a picha de Nelson na boca e acariciando-lhe os testículos. Era grande, grossa e estava circuncidada. Nunca tinha visto nenhuma assim. Na realidade só conhecera a de Ernesto. Tinha visto outras em fotografias e em algum filme pornográfico ou outro, que de vez via para masturbar-se.

Recordava a primeira vez que o tinha feito com Ernesto. Tinha catorze anos de idade, a ponto de fazer quinze. Foi no carro. Começou num semáforo do Rossio e terminou noutro do Campo Grande e com imensos carros na zona. Quase se afogou com tanto sémen, mas adorou... Uns dias depois perdeu a virgindade vaginal e uns seis meses depois, a anal. Loucuras da juventude, que recordou com saudade enquanto mamava essa gostosa picha brasileira.

Depois de se vir, Nelson levantou-a e deitou-a na cama. Depois ajoelhou-se entre as suas pernas e fez-lhe um glorioso minete que a levou a um longo e ruidoso orgasmo.

Nelson deixou-a descansar um pouco, abraçando-a e acariciando-a com muita meiguice.

"Relaxa, querida! Relaxa... é uma gostosura!" -- E lambia-lhe o peito, o pescoço, mordiscava-lhe os ombros e os lábios, passava-lhe as pontas das unhas suavemente pelos mamilos que estavam duríssimos, pela barriga e palas virilhas deixando-lhe a pele toda arrepiada e de novo cheia de tesão. -- "Nelson vai fazê-la esquecer seus problemas. vai gozar até ficar feliz! Amanhã, você vai ver a vida de outro jeito, viu?"

"Ai, Nelson... és tão doce!"

" também, Luisa! Adoro estar com você... Neste momento não a trocava por mulher nenhuma de todo o sistema solar. Adoro a sua classe, a sua beleza... tudo! Se Marta é como você, compreendo muito bem o seu filho."

"Somos parecidas, mas ela é sete anos mais nova e muito mais bonita. E tem o cabelo mais claro."

"Bonita, acredito. Muito mais bonita, não acredito, não! é muito modesta." -- Entretanto colocou-a de gatas e começou a lamber-lhe a vulva.

Entretanto acariciava-lhe as maminhas que eram bastante grandes e pendiam, oscilando na vertical. De vez em quando passava-lhe a língua pelo cuzinho, o que a fazia dar gritinhos de prazer. Ernesto, também tinha sido um fã do botão de rosa. Nelson viu que já estava de novo quente e começou a penetrá-la por trás.

"Devagarinho, meu amor! Estou muito fechada, por falta de prática recente. Ohhh... Sim! Mais! Todo! Mete-mo todo! Ahhh... Adoro! Não te venhas. Tens preservativos, querido?"

"Está posto, Luisa. Quer que lhe mostre?"

"Não, querido! Confio em ti... Continúa... Ohhh... Mais forte! Mais rápido... Venho-me! Ahhh... Ahhh... Mmmm... -- Ele veio-se com ela.

Ficaram de novo deitados e abraçados.

" é uma surpresa, Luisa! Uma senhora com uma classe e uma formalidade extraordinárias, mas é uma leoa na cama! Nunca imaginei."

"Ernesto, o meu falecido marido era muito criativo na cama. Adorava todos os pratos possíveis e quando não havia mais, inventava-os. Se eu te contasse..."

"Me Conta, Luisa. Eu nunca direi nada a ninguém." -- Entretanto molhou um dedo nos seus fluidos vaginais e começou um bailado com o dedo indicador direito no cuzinho. Lentamente começou a penetrá-la.

"Ai, Nelson... Adoro! Matas-me de prazer. Achas que tens energia para mais uma? Gostava tanto que ma metesses por aí! Adoro ser enrabada. Mas sem preservativo, querido. Quero sentir essa picha maravilhosa no recto."

"Sim, querida, mas me conta tudo... assim excito-me mais depressa!"

"Ernesto iniciou-me no amor lésbico. Fez de mim uma bissexual. Adoro chupar um grelinho! E tenho uma amiga com quem, muito em segredo, me encontro todas as semanas em Lisboa. Ninguém imagina algo assim de mim, nem dentro, nem fora da família. Estás chocado?"

"Chocado, não... mas é a última coisa que podia imaginar."

"Talvez um dia te deixemos juntar-te à festa. Gostavas?"

"Adorava!" -- Entretanto, Nelson espalhava-lhe creme de aloe-vera no olhinho e introduzia-lhe um dedo, depois dois... e também lubrificava a picha ao mesmo tempo que se masturbava um pouco para manter a erecção. Quando a sentiu bem dilatada, começou a invadir esse espaço sagrado. Entrou com bastante mais facilidade do que esperava.

"Ai meu querido! Que bem sabes fazê-lo. Nem me doeu quase nada. Pára um pouquinho agora, para que termine de me dilatar." -- Ele parou e passados alguns momentos Luisa começou a mover-se para trás e para diante.

Nelson estava cansado, mas aguentou bem a batalha. Quando ela se veio ele inundou-lhe o recto com uma boa carga de sémen, apesar de ser menos quantidade que a anterior.

"Nelson... és um amante muito completo e ajudaste-me a superar o meu desgosto. Adorei estar contigo. Nunca imaginei que um miúdo com idade para ser meu filho me pudesse dar tanto prazer. Quando estiveres de novo em Lisboa para reiniciar os teus estudos telefona-me. Aqui tens o meu cartão."

"Luisa... quer ficar a dormir aqui comigo? Eu gostava muito. é fogo!"

"Ai... Não sei. Adorava, mas... Amanhã a que horas começas a trabalhar na recepção?"

"Às onze da manhã." -- Ela acedeu.

"Está bem. Durmo aqui contigo. Quero adormecer abraçada a ti, querido. Mas vou para o hotel às oito da manhã e quando descer para pagar, falo contigo como se quase não te conhecesse. Não quero que ninguém imagine coisas que te possam prejudicar."

***

Às nove e quarenta e cinco, Luisa desceu para tomar o pequeno-almoço. Depois voltou para o quarto.

Às onze e meia voltou a descer. Nelson já estava atrás do balcão da recepção.

"Olá, Bom dia... desculpe, como se chama?"

"Nelson, senhora."

"Nelson, por favor, prepare-me a conta. Volto dentro de momentos e quero pagar com VISA. O pequeno-almoço está incluído?"

"Não, senhora."

"Pois é o único extra que tenho. Não jantei aqui ontem, nem consumi nada do bar do quarto. Ah... E também a água que lhe pedi ontem."

"Às suas ordens, senhora. Estará tudo pronto em cinco minutos. A água foi uma cortesia da casa."

Luisa foi ao carro meter a mala no porta-bagagem.

Entretanto o gerente falou com Nelson.

"Esta deve ter tido uma festa de arromba esta noite. Ontem saiu antes de ti e voltou hoje às oito e picos da manhã. Viste que olheiras tem?"

"Imagiiiiiiina! Uma senhora tão fina e tão formal... como as aparências enganam! Ela é bem bonita, mas já deve ter quase quarenta, não?" -- Respondeu Nelson com ar grave. O gerente assentiu com a cabeça.

Luisa, entretanto entrou.

"Aqui tem a sua conta, senhora. Pode dar-me o seu cartão de crédito, por favor? Ah... e se não se importa o bilhete de identidade."

"Aqui os tem."

Assinou, guardou os recibos e saiu.

"Adeus, Celso, até à próxima."

"Nelson, senhora. Até à próxima."

"Ai desculpe... É que conheço um brasileiro que se chama Celso e confundi-me." -- Disse sorrindo.

Tinhas que ter sido actriz, meu amor! Pensou Nelson, divertido.

"Adeus, bom dia." -- Disse ao gerente que estava do outro lado da sala. Ele fez-lhe uma vénia.

***

Paulo e Marta estavam em casa muito preocupados. Nem foram à praia.

Ding dong.

"Eu abro." -- Disse Paulo.

Luisa entrou sem dizer nada e foi à casa de banho.

Marta e Paulo esperaram-na sentados no sofá grande. Paulo tinha o braço esquerdo por cima do ombro dela, em atitude de protecção. Ela segurava-lhe a mão...

Luisa entrou e ficou de pé em frente deles. O silêncio era total. Paulo olhava-a nos olhos. Marta tinha os olhos cheios de lágrimas e conservava-se no mais absoluto silêncio.

"Meus queridos... abracem-me!" -- Paulo e Marta não acreditavam no que ouviam. Era completamente surrealista, depois do que se passara na véspera..

"Que esperam? Ontem fiquei chocadíssima com o que vi e vocês têm que compreender que não foi a forma mais adequada para tomar conhecimento da vossa relação... ou não tenho razão?"

Levantaram-se os dois de repente e abraçaram-na. Marta agora soluçava de emoção.

"Tu... Aprovas a nossa relação?" -- Foi a pergunta de Marta.

"Aprovo! Preferia que não fosse assim, mas vocês não podem viver um sem o outro e contra factos não há argumentos! Eu também não permiti que os nossos pais interferissem na minha escolha. E fui feliz até que a morte nos separou."

"Mamã! És maravilhosa. Mas já pensaste em todos os problemas que vamos ter e no rechaço por parte de familiares e conhecidos? Nem penses que vamos ficar na clandestinidade como dois criminosos."

"Muito me decepcionariam se o fizessem. Seriam uns cobardes! Vamos já tratar de ver se é possível legalizar a situação. Suponho que se pode obter uma autorização de tribunal para que se casem civilmente. E se não for possível, vivam juntos, mas às claras. Aqui estarei de espada afiada para vos defender!"

"Adoro-te irmã! Irmã e futura sogra, claro!"

"Nunca poderia ter uma nora que adorasse tanto! Só uma pergunta. Vocês não preferem viver juntos uma temporada para ver se realmente resulta?"

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